No Brasil a avaliação é, ainda, uma atividade incipiente e com característica muito mais burocrática ou de caráter punitivo, sendo pouco utilizada para orientar a tomada de decisão de profissionais, gestores públicos e administradores de organizações e empresas, especialmente na área saúde.
Uma política pública, seja ela formulada nas instâncias municipal, estadual ou federal, enfrenta muitos desafios, desde sua formulação até a sua implantação. Estes desafios estão relacionados principalmente à complexidade dos diversos contextos político-institucionais e à multiplicidade de atores envolvidos. Características essas próprias de um país democrático, em cadenciado processo de reforma e conduzido por um pacto federativo, com alicerce constitucional, que ressalta a necessidade de consistentes relações intergovernamentais, com vistas a assegurar a diretriz pró-descentralização num cenário de competências cada vez mais compartilhadas entre as esferas de gestão.
Por outro lado, as diversas organizações, sejam elas empresariais, prestadoras de serviços, organizações sociais de interesse público ou organizações da sociedade civil, vêm procurando atuar com líderes que assumam uma postura em que os resultados sejam consequência e não o fim da ação. Ou seja, atuem na busca constante pela melhoria em toda a organização, com amplo envolvimento das pessoas e de maneira que haja coerência dos meios em relação ao que se busca realizar. Os líderes devem encontrar meios de inspirar seus colaboradores a atuarem de forma inteligente, concentrados de forma incansável na realização da visão de futuro estabelecida pela instituição.
Nesses contextos, a avaliação oferece instrumentos importantes para os avanços necessários com vistas à melhoria da eficiência e da qualidade, para produzir conhecimentos sobre a realidade, qualificar a tomada de decisão e tornar possível repensar estruturas operacionais e procedimentos. Os processos avaliativos nos confrontam a todos com a complexidade, a diversidade e o caráter evolutivo da realidade social, e é por meio da avaliação que se pode responder como estão sendo implementadas as intervenções e que resultados estão sendo alcançados com base em informações e reflexões que levem em conta variados ângulos de análise.
Como meio de reflexão e aperfeiçoamento de qualquer atividade humana, a avaliação não deve ser vista enquanto imposição tecnocrática, mas como atividade resultante de discussão coletiva, transparente, que tenha como referência as condições concretas em que ocorre o trabalho. O aprendizado individual e coletivo daí decorrente conduzirá a organização aos resultados desejados por seus ‘líderes’ com maior eficiência e efetividade e com a qualidade esperada por seus ‘clientes’.